Palavras do Papa Leão XIV a todos os bispos participantes da CEAMA

21 de Agosto de 2025

"Palavras do Papa Leão XIV a todos os bispos participantes da CEAMA"

Em telegrama assinado pelo cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, enviado ao presidente da Ceama, o cardeal jesuíta Pedro Ricardo Barreto Jimeno, o Papa Leão XIV dirigiu a todos os bispos participantes do Encontro de Bispos da Amazonia, estas palavras traduzidas do espanhol.

SUA EMINÊNCIA REVERENDÍSSIMA CARD. PEDRO RICARDO BARRETO JIMENO, S.I. PRESIDENTE DA CONFERÊNCIA ECLESIAL DA AMAZÔNIA

O Papa Leão XIV saúda cordialmente Vossa Eminência, assim como os participantes do encontro dos Bispos da Amazônia, que se realiza de 17 a 20 de agosto em Bogotá.

Sua Santidade agradece a vocês por seus esforços em promover o bem maior da Igreja para os fiéis do amado território amazônico e, levando em conta o quanto aprecia o Sínodo sobre a escuta e a participação de todas as vocações na Igreja, exorta-os a buscar, com base na unidade e da colegialidade próprias de um “organismo episcopal” (cf. Documento final do Sínodo especial para a Amazônia, 115), a maneira de ajudar concretamente e eficazmente os bispos diocesanos e os vigários apostólicos a cumprir sua missão. A este respeito, convida-vos a ter em conta três dimensões interligadas na ação pastoral desta região: a missão da Igreja de anunciar o Evangelho a todos os homens (cf. Decreto ad gentes, 1), o tratamento equitativo dos povos que nela habitam e o cuidado da casa comum.

É essencial que Jesus Cristo, em quem todas as coisas se resumem (cf. Ef 1, 10), seja anunciado com clareza e imensa caridade entre os habitantes da Amazônia, de modo que nos comprometemos a dar-lhes o pão fresco e puro da boa nova e o alimento celestial da Eucaristia, único modo de ser verdadeiramente povo de Deus e corpo de Cristo.

Nesta missão, somos impulsionados pela certeza, confirmada pela história da Igreja, de que onde se prega o nome de Cristo, a injustiça recua proporcionalmente, pois, como afirma o apóstolo Paulo, toda exploração do homem pelo homem desaparece se somos capazes de nos acolhermos uns aos outros como irmãos (cf. Flm 1, 16).

No âmbito desta doutrina perene, não menos evidente é o direito e o dever de cuidarmos a “casa” que Deus Pai nos confiou como administradores cuidadosos, para que ninguém destrua irresponsavelmente os bens naturais que falam da bondade e da beleza do Criador, nem, muito menos, se submeta eles como escravos ou adoradores da natureza, pois essas coisas nos foram dadas para alcançar nosso objetivo de louvar a Deus e assim obter a salvação de nossas almas (cf. Santo Inácio de Loyola, Exercícios espirituais, 23).

Com estes votos, o Santo Padre concede-vos de coração a implorada bênção apostólica, que estende de bom agrado a todos aqueles que estão confiados aos seus cuidados pastorais.